Breve histórico da preocupação com questões de ordem psicológica na Bahia é tema de palestra dia 24
Na próxima quarta(24) de agosto de 2022, às 16h, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia promove a quarta edição do Ciclo de palestras Aprendendo e ensinando no Café, com palestra da doutora Nádia Maria Dourado Rocha sobre "Breve histórico da preocupação com questões de ordem psicológica na Bahia". O projeto tem a coordenação dos professores Caiuby Alves e Lúcia Góes.
Sobre o tema, a palestrante explica que é uma tarefa impossível constatar em qual momento a humanidade começou a manifestar preocupação com fatores psicológicos no comportamento. Há um relativo consenso de que tal ocorreu na Grécia clássica, principalmente com os filósofos Sócrates (470 – 399 aC) e Aristóteles (384-322 aC). Apesar dessa longa preocupação, a Psicologia, só em 1879, foi reconhecida como ciência, em virtude dos trabalhos de pesquisa realizados na Universidade de Leipzig – Alemanha.
Fazendo um recorte no tempo e no espaço, tratemos da Bahia. Alguns autores reconhecem três momentos na instituição da Psicologia no Brasil, coincidindo com os regimes políticos do Brasil: Colônia, Império e República. No período colonial, registros de preocupação com fatores psicológicos são encontrados em obras religiosas, a exemplo dos sermões do Padre Antônio Vieira (1608-1697). Já no Império, tem destaque trabalhos dos estudantes da Faculdade de Medicina da Bahia (FAMED), decana dos cursos superiores no País, vez que, a partir de 1832 a defesa de tese passou a ser condição necessárias à integralização do curso.
Como uma das duas únicas escolas de formação médica por mais de oito décadas, a Congregação da FAMED definiu como temas de teses vários assuntos que, posteriormente foram constituídos como áreas independentes do saber, a exemplo da Psicologia, Sociologia e Antropologia.
De interesse desse trabalho a mais antiga delas localizada foi denominada de “Influência da Música na Medicina (Barros,1845). Na República, foi ampliada a formação dos que se interessavam por esse assunto, sendo destaque na Bahia, já no século XX, o trabalho do advogado Isaias Alves de Almeida (1888- 1968). Ainda há muito a pesquisar nos acervos das bibliotecas e arquivos, não só dos soteropolitanos mais também das cidades do interior.
É necessário dar visibilidade aos trabalhos de várias personalidades e instituições pioneiras que contribuíram para a consolidação da Psicologia como ciência e como profissão.
O IGHB é uma das instituições apoiadas pelo programa Ações Continuadas a Instituições Culturais, iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) através do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). Funciona de segunda a sexta, das 13h às 18h.
Nádia Maria Dourado Rocha
Graduada em Psicologia pela UFBA
Doutora em Ciências pela USP, com concentração em Psicologia Escolar
Professora adjunta aposentada do Departamento de Psicologia ( atual Instituto de Psicologia) da UFBA, onde exerceu a chefia em três gestões)
Ex-docente e pesquisadora da Faculdade Ruy Barbosa (atual UNIRUY)
Eleita Conselheira do CRP-03 em duas oportunidades, sendo presidente por quatro anos.
Conselheira efetiva do CFP, tendo sido secretária e tesoureira. Participou de outro plenário como conselheira convidada.
Integrou o GT de História da Psicologia da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia - ANPEPP.
Coordenou três das edições do Congresso Norte-Nordeste de Psicologia
A partir de 1998 desenvolveu pesquisas sobre a História da Psicologia na Bahia, tendo trabalhos publicados em livros e revistas, bem como apresentação em congressos.
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